A Musealização do Presente

"Ao pensarmos os lugares da atuação midiática em nossos dias, necessariamente, enfrentaremos um problema capital: a elaboração de sentidos sobre a história e a memória e seus usos em nosso cotidiano, nesse caso, somos conduzidos também a uma reflexão sobre as formulações dessa produção. Ao nos colocarmos essas questões, consideraremos que o campo midiático atua tanto como produtor de história, não somente compreendida como ação humana no tempo, mas como saber sobre tais ações.

Tal questão nos parece capital, uma vez que a circulação de informação efetivada pelos recursos midiáticos parece ter alterado relações quase seculares do homem com o tempo. Atualmente, parece ocorrer uma verdadeira “musealização” do presente, no qual a busca ansiosa pela preservação do passado, baseia-se em uma cultura de memória despolitizada e desenraizada. Nesses termos, o passado emerge sob a forma de uma poderosa mercadoria simbólica que coloca em destaque ações que interferem poderosamente em nosso presente fazendo com que a memória e a história assumam lugares fundamentais numa construção de sentidos dispersa e variada. "

Trecho do artigo: A Musealização do Presente,

apresentado no II Seminário Nacional de História e Historiografia - Mariana agosto de 2008 

Sônia Meneses

Propaganda da Folha de São Paulo de 1997. O jogo de imagens, a sobreposição de conteúdos de caráter históriográficos e memorial servem para percebermos como os meios mobilizam referenciais diversos na produção de sentidos. Na disposição de tais elementos destacamos como fundamental a construção narrativa elaborada sobre os eventos narrados, na qual, claramente podemos perceber as inteconexões entre a memória e a história.

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