"O vendedor de passados"
José Eduardo Agualusa nos apresenta uma intrigante história de um homem que se especializou em vender passados. Mas Felix Ventura não era um homem comum, é um sujeito albino em uma sociedade de negros. Vivia sozinho e tinha por único amigo uma osga e, é atraves dela que conhecemos Felix, por seus olhos e palavras adentramos no labirinto que é sua própria vida. Em um misto de memórias inventadas, imaginadas, criadas ou não, somos provocados a pensar sobre os usos do passados feitos pelos homens ao construir suas próprias histórias e memórias. O tempo de Felix parece ser outro, talvez um entre-tempo, para usarmos a expressão de Homi Bhabha, um tempo entre sua imaginação e os rastros que utiliza para criar um passado para si e para os outros. Uma ótima dica de leitura!
"Felix Ventura escolheu um estranho ofício: vender passados falsos. Os seus clientes, prósperos empresários, políticos, generais, enfim, a emergente burguesia angolana, têm o futuro assegurado. Falta-lhes, porém, um bom passado. Felix fabrica-lhes uma genealogia de luxo, memórias felizes, concegue-lhes os retratos dos ancestrais ilustres. A vida corre-lhe bem. Uma noite entra-lhe em casa em Luanda, um misterioso estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começar a acontecer" (contra-capa do Livro o Vendedor de Passados - José Eduardo Agualusa)
Comentários