Índia made in Globo

Quando as chamadas da nova novela da rede globo começaram - “Caminho das Índias” - tive a sensação de que, a qualquer momento, Jade, a lendária, chorosa e inverossímil mocinha do Clone, moradora da ponte aérea Morrocos-Rio ia saltar aos nossos olhos a qualquer momento gritando “Inshalá!”.
Bom, em seu lugar enviaram-nos a não menos adocicada e, provavelmente, também chorosa Maya.
Sempre que a autora Glória Perez resolve navegar por algum país, para fazer dele um subúrbio carioca, tenho a sensação de que será servida uma boa salada fast-food made in Globo: muito colorida, vistosa, mas totalmente sem gosto. Mas, afinal, o importante é o “divertir a mente”. Nessa missão então vale tudo, até mesmo colocar no grande caldeirão global, complexas tradições milenares vistas e narradas com os olhos ocidentais. Representações vendidas com a linguagem de um bom guia de viagem. É provável que as “Índias”, que aportamos mais de 500 anos depois das chamadas grandes navegações, seja novamente apresentada entre um misto de exotismo, espanto e mistério, é sempre a visão generalizante e pitoresca que prevelece do Outro. Mas como as novelas da Sra. Gloria Perez, costumam realizar feitos surpreendentes, mais espantosos que os próprios lugares que narra, não iremos estranhar se nos tornarmos familiarizados com a mistura de dança moderna indiana com o carnaval brasileiro, ou mesmo se descobrirmos que a Índia está logo ali, através da ponte aérea Rajastão-Rio.
Inshalá!, digo, Namastê!
Sempre que a autora Glória Perez resolve navegar por algum país, para fazer dele um subúrbio carioca, tenho a sensação de que será servida uma boa salada fast-food made in Globo: muito colorida, vistosa, mas totalmente sem gosto. Mas, afinal, o importante é o “divertir a mente”. Nessa missão então vale tudo, até mesmo colocar no grande caldeirão global, complexas tradições milenares vistas e narradas com os olhos ocidentais. Representações vendidas com a linguagem de um bom guia de viagem. É provável que as “Índias”, que aportamos mais de 500 anos depois das chamadas grandes navegações, seja novamente apresentada entre um misto de exotismo, espanto e mistério, é sempre a visão generalizante e pitoresca que prevelece do Outro. Mas como as novelas da Sra. Gloria Perez, costumam realizar feitos surpreendentes, mais espantosos que os próprios lugares que narra, não iremos estranhar se nos tornarmos familiarizados com a mistura de dança moderna indiana com o carnaval brasileiro, ou mesmo se descobrirmos que a Índia está logo ali, através da ponte aérea Rajastão-Rio.
Inshalá!, digo, Namastê!
Comentários
Perfeito o post, é impressionante essa disposição de mitificação da Rede Globo em relação às culturas espalhadas pelo mundo. Deve ser a sua "missão" globalizante de traduzir tais culturas para o gosto médio do homem médio imaginado pelo mercado do entretenimento ou para a língua franca da indústria cultural, em que se recolhe das culturas o exotismo, as cores, ou seja, o que há de mais folclorizado e facilmente comercializável. É justamente isso o que representa esta novela.
E as caminhadas? A preguiça ta vencendo?
Ed, tens razão.
Mas afinal, o olhar Global para o mundo é sempre aquele que avalia por potencial de Merchandising, como colocar no ar, pessoas em jaulas de vidros dentro de shoppings. É o nosso freak show contemporâneo.
Ps. Continuo com as caminhadas sim, mas oscilo entre as manhãs e tardes, o clima não tem permitido uma constância rs...
E em breve todos estarão se vestindo como indianos na rua. Ouça o que digo!