Historiadora na rede
Este
blog começou em 2008 e chamava-se "Medi-Ações Contemporânea: história,
mídia e literatura" e era uma espécie de catarse da madrugada.
Passados quase 12 anos da primeira postagem, em 2008, muita coisa mudou, até
mesmo a percepção de meu papel como professora e historiadora. Agora, além de
catarse é também de ação na cena pública, divulgação da história, um
posicionamento político. Há cerca de 17 anos estudo as relações entre a
história e a mídia. Mídia pensada não apenas como fonte para a história, mas
como um problema, um lugar fundamental para compreendermos produção de
sentidos, informação, circulação de conteúdos e novas maneiras de compreensão
do mundo que nos cerca. Quando comecei, a rede social de maior sucesso no
Brasil era o Orkut. Em 2004, vivíamos o auge dessa novidade que se tornou-se
uma febre. Fora do país, muita coisa avançava em termos de
compartilhamento de ideia e informações. E pode-se dizer que
entre anos de 2004 e 2010 vivemos a consolidação dessas plataformas, novos
conceitos emergiram com uma força surpreendente na cena pública: pós-verdade,
fake News, bolts, trolls... no Brasil em 2015, vivemos um golpe com a derrubada
de uma presidente democraticamente eleita. Agora, nesse ano de 2020 um novo nome surgiu e
nossa arrebatou com uma força surpreendente: Covid-19. Fomos arrastados por uma
pandemia inacreditável e com ela, também pela avalanche de negação do conhecimento
científico e pela emergência de governos
e grupos de extrema direita em várias partes do mundo. As explicações sobre termos
chegado até aqui ainda estão sendo tecidas, mas certamente, o conjunto dessas transformações
modificou nossos processos históricos, fazendo deste, certamente um momento de
transição. Com ele, a história se movimenta, se agita, procura caminhos em
tempos de muitos discursos sobre o passado, mas sobretudo, de usos do passado
no presente. São estes problemas que povoam esse espaço de escrita e reflexão,
uma história na rede e uma historiadora em trânsito em busca de compreensão.
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